A inovação nas empresas familiares
Vivemos a era da disrupção, em que indústrias e modelos de negócio tornam-se ultrapassados e desaparecem a uma velocidade incrível. Entretanto, a maioria das organizações ainda é escrava da remuneração aos sócios no curto prazo, em detrimento do investimento na longevidade do empreendimento por meio da inovação.
Empresas familiares possuem excelentes condições de inovar, o que pode soar como um paradoxo, já que a resistência às mudanças costuma estar presente nas definições estratégicas desse tipo de sociedade.
A família empresária tem maior compromisso com o crescimento de longo prazo e com a transmissão do negócio às gerações seguintes. Assim, reinvestir maiores porções do lucro, em lugar de distribuí-lo integralmente aos sócios, pode ser uma tarefa mais simples para um empreendimento familiar.
Essa vantagem pode ser potencializada com o correto preparo das futuras gerações da família e com um plano de sucessão bem estruturado.
O desenvolvimento do herdeiro deve ser iniciado desde a infância, fazendo despertar o seu olhar de interesse para os negócios da família, e ter continuidade durante as várias etapas da sua vida. É importante cuidar da sua formação educacional, técnica e comportamental, para que se abra às mudanças cada vez mais intensas e esteja apto a ocupar posições de liderança em qualquer corporação. Afinal, um familiar que seja desejado pelo mercado certamente será uma excelente opção como gestor ou como acionista.
Experiências fora da empresa também são ótimas para moldar a criatividade e capacidade de adaptação do herdeiro. Poder experimentar, testar, errar, assumir as consequências e consertar seus erros, fora do ambiente no qual é visto como filho do dono, ajuda a preparar o herdeiro para os desafios da nova economia.
O negócio familiar envolve diferentes gerações, cada qual com perspectivas e velocidades de adaptação diferentes. Portanto, toda mudança deve ser feita com alinhamento constante e respeito às diferenças geracionais.
Vale lembrar, ainda, que herdeiros não devem ser preparados para ser meros substitutos da geração atual, ou seja, não devem ser treinados para fazer as mesmas coisas que seus antecessores. Eles devem desenvolver a capacidade de compreender as mudanças no ambiente competitivo e, respeitados o propósito e os valores da família, dar continuidade ao crescimento da empresa.
INOVAÇÃO
Pouco investimento e conhecimento
A pesquisa “Agenda Brasil 2018”, da Deloitte com empresas brasileiras, apontou que, em média, 3% do faturamento delas são destinados ao investimento em tecnologia, e que mais de um terço entrevistadas desconheciam novas tecnologias como blockchain, indústria 4.0 e tecnologias exponenciais.
NOVAS GERAÇÕES
Maior foco na inovação
Estudo da Reuters aponta que empresas lideradas por membros de gerações mais novas são mais inovadoras do que aquelas lideradas por seus fundadores. Cabe, portanto, aos herdeiros encontrar a melhor sintonia entre a inovação e os valores tradicionais da empresa.
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