Mesmo que essa questão seja uma das barreiras para identificar e apoiar os trabalhadores, somente 21% das companhias brasileiras têm políticas corporativas para gestão de saúde mental dos funcionários
No mundo corporativo ainda é baixo o número de empresas com ações implementadas para tratar de questões relacionadas à saúde emocional. Segundo pesquisa da consultoria Mercer Marsh Benefícios, que avaliou programas de 880 empresas de 11 países da América Latina (158 do Brasil), apenas 36% das brasileiras implantaram nos últimos dois anos alguma iniciativa que contribua para desmistificar os estigmas da saúde mental dos trabalhadores.
O levantamento, intitulado “Tendências de Saúde Mental na América Latina e Caribe 2019”, ainda revela que a falta de orçamento é um dos principais entraves para implantar programas de monitoramento da saúde mental.
Mesmo que essa questão seja uma das barreiras para identificar e apoiar os trabalhadores, somente 21% das companhias brasileiras têm políticas corporativas para gestão de saúde mental dos funcionários.
Palestras e mesas redondas são práticas mais comuns
Segundo o relatório, mais de 45% das ações para eliminar o estigma da saúde mental foram campanhas de educação em saúde mental (com palestras e mesas redondas).
Outro grupo de empresas (22%) adotou políticas de diversidade e inclusão.
Como as empresas obtém dados de saúde mental dos trabalhadores
A pesquisa “Tendências de Saúde Mental na América Latina e Caribe 2019” também mostra que as empresas brasileiras priorizaram três ações nos últimos dois anos: 35% realizam avaliação de risco psicossocial obrigatória por Lei, 15% fazem quantificação de dados de absenteísmo relacionados à saúde mental e 12% mensuração do uso do plano de saúde.
“As iniciativas, quando colocadas em prática, têm o objetivo de melhorar a percepção da saúde dos trabalhadores, reduzir o absenteísmo e evitar a baixa produtividade”, afirma Antonietta Medeiros, superintendente de gestão de saúde da Mercer Marsh Benefícios.
Aquelas que têm alguma iniciativa focaram em três frentes: 20% em treinamento de líderes e supervisores para lidar com questões de saúde mental no trabalho, 22% em programas de prevenção do abuso de álcool e sustâncias psicoativas, e 15% em políticas de prevenção de violência e assédio no trabalho.